Provavelmente qualquer um que já teve um videogame na
infância deve ter ouvido esse tipo de frase vindo da sua mãe, pai, avó ou
qualquer outro “adulto responsável”. Tidos como entretenimento barato, os
videogames sempre sofreram grande preconceito quanto ao seu papel social, por
pais, professores e “especialistas” que pareciam não entender as vantagens que
a nova tecnologia poderia trazer ao processo pedagógico. Mas, conforme um cada
vez maior número de estudos parece indicar, os videogames podem ser, muito mais
do que apenas simples entretenimento, sedutoras plataformas de aprendizado. E é
com isso em mente que existe a Jogos Pela Educação.
Sobre a Jogos Pela Educação
A Jogos Pela Educação é
uma ONG (Organização Não Governamental) fundada em 2010 por Jaderson Souza, à época mestrando em Tecnologia da Inteligência e Design Digital da PUC-SP. A ONG é uma instituição sem fins lucrativos que visa contribuir na
educação de crianças e jovens através do videogame.
Segundo Jaderson: “a ONG nasceu de uma pesquisa acadêmica,
realizada na PUC-SP, pelo Programa de Tecnologias da Inteligência e Design
Digital, que foi concluída no ano de 2011. Basicamente, a ONG trata das
possibilidades de construção de conhecimento a partir dos jogos.” A ideia
surgiu da necessidade de se levar a campo as pesquisas que eram realizadas
apenas em âmbito acadêmico, para que essas pesquisas pudessem não só serem
experimentadas como também validadas. Com a intenção de dialogar com todos os
envolvidos nos processos de educação – não apenas os jogadores, como também os
pais, professores, diretores de escola e demais responsáveis – a ONG pretende
considerar a importância das diferentes esferas educacionais e buscar soluções
que atendam aos interesses e necessidades de todas elas, sem nunca deixar de
lado o envolvimento com a cultura local, o conhecimento cultural, científico e
artístico, sem deixar de respeitar os interesses e possibilidades de todos os
envolvidos no processo.
O Trabalho
Então quer dizer que a
ONG trabalha com aqueles joguinhos educacionais chatos que deixam as crianças entediadas?
Não. Muito pelo contrário. Como o próprio nome já diz, o projeto busca
trabalhar com jogos pela educação e
não, necessariamente, jogos educacionais.
Sem a necessidade de transmitir conteúdo “de apostila”, a ONG direciona seu
foco para o trabalho social que os jogos podem oferecer como exercício de
cidadania. Com atividades já realizadas em parceria com o SESC e com o Criança
Esperança, o foco hoje é a Jornada Gamer,
realizada em parceria com a Casa Clamor Cavanis, na Zona Norte de São
Paulo. Segundo Jaderson, a Jornada Gamer consiste
da vivência dentro de mundos virtuais onde, a partir dessa vivência, os jovens
se deparam com diversas situações de aprendizagem. “O programa é o que mais se
aproxima é o que mais se aproxima daquilo que consideramos interessante em
termos de jogos e educação”, explica Jaderson. “Nossa principal tese é de que,
com os jogos que já existem nós podemos, de modo inerente, buscar essas
aprendizagens. Utilizar o jogo como ferramenta para servir a escola me parece uma forma não muito adequada de se
utilizar essa plataforma.” Jaderson ainda faz um paralelo com o videocassete e
o dvd, que não foram bem aproveitados pelos professores, tornando-se apenas
ferramentas interessantes mas que não faziam muito sentido no processo
educacional. Mas, senão com jogos educacionais, quais são os jogos que a ONG
trabalha? “O Jornada Game trabalha
com dois tipos de jogos: para o atendimento de crianças e adolescentes, com
idades entre 7 e 14 anos, nós utilizamos o jogo Pokémon. E o segundo jogo é o League
of Legends, para jovens a partir de 15 anos”, explica Jaderson. Enquanto
com as crianças é idéia é principalmente trabalhar conceitos de cidadania e do
seguimento de regras, utilizando as diversas regrinhas existentes no jogo,
exportando-as para forma da plataforma virtual e criando paralelos na vida
dessas crianças, com League of Legends o
objetivo é praticamente trabalhar a idéia do esporte virtual, exaltando
aspectos como o trabalho em equipe e a coordenação das ações. Atualmente, a Jornada Gamer acontece no espaço da Casa Clamor Cavanis e contempla
mais de 70 crianças e adolescentes de baixo e médio risco social. Ao contrário
de muitos programas, a ONG faz um trabalho artesanal, prezando mais pela
atenção aos detalhes e na construção de uma melhor experiência educacional para
todos os participantes. Qualidade acima de quantidade, uma filosofia que por
enquanto vem dado muito certo.
Gostei do projeto,
como faço para conhecer mais?
Você pode saber mais do projeto através do próprio site da Jogos Pela Educação, ou visitando-os na
Casa Clamor Cavanis, que fica na Rua Cajati, 65, na Freguesia do Ó, em São
Paulo-SP. Também é possível entrar em contato através do email ongjogospelaeducacao@gmail.com.
Luna
-
Luna é um curta-metragem que fala sobre desconfiança, erros e decepções.
Este filme foi um projeto de experimentação de seis alunos de Rádio e TV do
segu...
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