Por Samuel Possebon do TELA VIVA News

A aposta do governo é que o Ginga será alavancado por uma profusão de aplicativos abertos e, sobretudo, aplicativos de governo eletrônico que serão embarcados nos televisores e devem ser produzidos com financiamento do governo. Mas as mesmas fontes reconhecem que ainda não existe muita clareza sobre a questão do canal de retorno. Ainda que seja possível um bom grau de interatividade simulada (aquela em que o usuário na verdade interage com dados armazenados na memória do dispositivo), dificilmente isso terá apelo no crescente ambiente de TVs conectadas, em que cada fornecedor tem o seu próprio middleware e ecossistema de desenvolvimento de aplicativos. Mais do que isso, com a perspectiva de televisores com sistema operacional Android, que é aberto a desenvolvedores (ainda que do lado do fabricante a Microsoft tenha entrado com diversas ações de cobrança de royalties), o governo sabe que terá que enfrentar uma disputa global no desenvolvimento de aplicativos. O cenário tende a se complicar caso surjam esse ano televisores com sistemas operacionais da Apple e Microsoft embarcados, como já apostam analistas.
Segundo integrantes do Forum TV Digital ouvidos por este noticiário, o Ginga é importante do ponto de vista das emissoras de TV para que os radiodifusores assegurem autonomia na interatividade, mas eles mesmos acreditam que o ideal seria exigir o middleware apenas em TVs conectadas, justamente por conta da crescente necessidade de um canal de retorno.
Segundo apurou este noticiário, para resolver o problema do canal de retorno, o governo chegou a cogitar colocar alguma obrigação de acesso à rede LTE das teles no edital de 2,5 GHz, mas avaliou que não haveria tempo para definir um modelo. Há ainda a expectativa de que a banda U da faixa de 2,5 GHz, que tem 15 MHz de largura e será destinada a aplicações do governo, possa um dia ser utilizada para isso. Ou que no bojo de um debate sobre o futuro da faixa de 700 MHz, em 2013, fique mais claro que alternativas poderão ser buscadas para uma interatividade plena que independa de um acesso do cidadão à Internet. Mas tudo isso está longe de uma definição.
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