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23 de julho de 2014

A necessidade de reconhecimento: redes sociais e a realidade irreal

Da redação SICOM-PET, Wanessa Medeiros

Meio-dia: ir para a academia. Postado! 15 horas: ir ao shopping. Foto no Instagram. 20 horas: comer pizza com os amigos. Status compartilhado no Facebook. Você já reparou como que a nossa vida e de diferentes pessoas ao nosso redor estão mais acessíveis e romperam os limites entre o que é pessoal e público? O que mais assusta não é o fato dessa exposição exacerbada de nossas vidas pessoais está cada vez mais disseminada , mas o fato de isso ser uma escolha, isso sim assusta.

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(Créditos: Facebook ®)

Essa necessidade de reconhecimento e atenção de desconhecidos se tornou o objetivo de vida de muitas pessoas; se você faz, vive e sente tem que ter uma validação pelo ibope criado nas redes sociais. Pois não vale de nada ser feliz, amar, viajar, dançar se não for compartilhado com os outros. É como se fosse um desencantamento da própria vida, do mundo e de suas coisas. As pessoas estão vivendo um momento de carência afetiva coletiva em que “enquanto o sujeito pensa que está cercado por contatos e possibilidades por se ver tantos rostos disponíveis no canto e tão simples acesso com o mínimo esforço, a busca e a dificuldade para se obter atenção do outro diminuíram o valor dessa aproximação. O resultado é que as projeções e necessidades humanas de afeto (que não diminuíram e nem irão) são cada vez mais atiradas em um real vazio, em que o feedback é alimentado por um circuito neurótico que imagina o afeto, ao invés tê-lo de fato para sentir”, analisa o pscicólogo Rogério Henrique Gonçalves.

 

A grama do vizinho sempre é mais verde

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(Créditos: pensarparalelo.blogspot.com.br)

Será? A realidade exposta nas redes sociais também configura a nossa autoimagem, o que pensamos de nossas próprias realidades. Isso pode ser depressivo e angustiante já que a vida dos outros sempre parece ser melhor que a nossa. Mas será que as pessoas têm uma vida tão perfeita tal como é compartilhada no Facebook ou é apenas uma falsa edição de suas próprias vidas? 




Entenda como se constrói essa “falsa” realidade perfeita:


Ainda segundo o pscicólogo “estudos recentes tem discutido e muitos concordam que o uso prejudicial das redes sociais é diretamente proporcional ao tempo gasto nessa atividade, a auto-imagem das pessoas fica pautada sempre pelo “melhor do outro”, pois também é ponto convergente nas pesquisas que o que se imagina negativo (perceba novamente a atuação imaginária neurótica) fica escondido e agindo às escuras como medidor próprio de seu valor como pessoa, resultado: tanto os que ostentam viagens, namoros e condições como os que não postam mas acompanham atentamente tudo que é postado estão vulneráveis, os primeiros estão apenas escolhendo como querem ser vistos por outrem, e os últimos estão se espelhando em um modelo irreal e disfuncional de felicidade selecionada”.

O intuito deste post não é ditar o que é certo ou errado para se postar nas redes sociais, a liberdade de expressão é um direito e ainda é nosso maior trunfo. Mas o objetivo aqui é mostrar outro ponto de vista sobre o assunto e levantar discussões sobre um comportamento de carência coletiva que tem ganhado cada vez mais forças. Qual sua opinião?




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