O
futuro da TV Digital e a sua nova realidade a partir da internet serão alguns
dos temas debatidos durante a SeCom 2013
Da Redação SICOM PET, por Nathália Rocha
Quem viu de perto, há sessenta e três anos, as primeiras imagens transmitidas em preto-e-branco através das cerca de 200 telinhas recém-espalhadas pelo país dificilmente conseguiria imaginar uma realidade marcada não só por imagens que beiram o real, mas também pela interação entre o expectador e aquilo que é transmitido.
A televisão digital chegou
ao Brasil com uma promessa básica: melhoria da qualidade da imagem e do som.
Assim como as primeiras televisões que chegaram ao país, trazidas por Assis
Chateaubriand, o acesso a essa novidade, a princípio, também foi para poucos.
Os preços abusivos fizeram com que se questionasse a possibilidade de
popularização da nova tecnologia. Ainda assim, em pouco tempo termos como HDTV
(high definition television, ou televisão
de alta definição) se tornaram populares entre a população e vendedores.
Mas a nova tecnologia trazia
outra promessa: a possibilidade de interação entre o cidadão comum e a
informação transmitida. Em longo prazo, graças a maior banda de transmissão da
televisão digital, pretende-se transmitir diferentes
conteúdos através de um mesmo canal simultaneamente e informações de
interatividade, como guias de programação e dados estatísticos.
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Aplicativo "Segunda Tela" da Band traz informação extra sobre a programação exibida no canal |
O professor
Juliano Maurício de Carvalho, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em
Televisão Digital da Unesp, afirmou que o país encontra-se em um período de
transição do modelo analógico para o digital, e que a possibilidade de
interação através do aparelho televisor ainda é uma promessa, uma realidade
futura.
A internet, no
entanto, se adiantou na concretização dessa promessa. Meio multi-plataforma por
definição e cada vez mais marcado pela interatividade, o ciberespaço já engloba
programações antes restritas à televisão, e carrega consigo não só a imagem e o
som em alta definição, já possibilitados pela TV digital, mas também a
interatividade e a mudança do papel da audiência diante de sua programação.
“Hoje a maioria
das emissoras, dos conteúdos audiovisuais já têm apontado para uma integração e
uma interação em um outro suporte midiático que não necessariamente a televisão
e essa interação vai se dar no que se chama de ‘segunda tela’. Vai se dar em um
segundo suporte, onde você interage por meio das redes sociais, por meio da
internet como um todo, interage como um próprio programa. Ou seja, esse novo
comportamento de assistir televisão fazendo uma outra atividade já é uma
tendência”, completou o professor Juliano.
Esse novo modelo
de digitalização e outras possibilidades para a tecnologia serão assuntos do Colóquio
Mídia e Tecnologia, do Programa de Pós-Graduação em Televisão Digital, uma das
atividades integradas à SeCom 2013.